quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sugestão de leitura


Para quem estuda glotologia e lingüística:

Podemos dizer que o caso dos indo-europeus é o único cuja existência foi postulada exclusivamente pela lingüística. Infelizmente, sobre este povo, foram fundadas mitologias políticas nefastas: basta lembrar o termo pelo qual, em certo momento da nossa história recente, foram chamados: arianos. De fato, praticamente é impossível afirmar algo sobre a “raça” dos indo-europeus: desde a antiguidade não restou sequer um traço físico específico (a não ser que provavelmente eram de cútis branca).

Tudo aquilo que conhecemos dos nossos remotos antepassados (digo “nossos” porque todo aquele que fala uma língua de origem indo-européia é também um indo-europeu, segundo o lingüista Francisco Villar) sabemos graças a elementos que sobreviveram na língua dos povos históricos descendentes dos indo-europeus, através de um processo dedutivo que, em muitos aspectos se assemelha à solução de um enigma policial.

Sobre o termo “indo-europeu” basta mencionar que foi imposto nos meios acadêmicos em detrimento de outras denominações. Foi introduzido pela primeira vez, por escrito, pelo estudioso britânico Th. Young em uma recensão ao Mitridates de Adelung em “Quarterly Review” (1813, p.25: “Another ancient and extensive class of language [...] may be denominated the Indo-European”. Na Alemanha, em ambientes acadêmicos, é praxe o uso do termo “indo-germânico”.

Para se ter uma idéia de conjunto sobre o status quaestionis deste assunto tão fascinante, bem como das atuais teorias e tendências recomendo a leitura do livro Gli Indoeuropei e le origini dell’Europa do prof. Dr. Francisco Villar (ISBN 978-88-15-12706-8)


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